segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

FAIR - PLAY

Eduardo Kappaun*

RESUMO
Este estudo propõe uma discussão do conceito de “fair play”, fundamentado os valores e características que tenham abordado temas relacionados com os valores no desporto, Fair-Play, Espírito Desportivo e Ética Desportiva. O principal objetivo do trabalho foi identificar e clarificar a importância dada ao estudo dos valores do desporto ao longo dos tempos.

Palavras-chave: Fair-Play. Valores Educativos. Esporte.


INTRODUÇÃO

Para esclarecer vamos conceituar o Fair-Play, fundamentado nos valores e características da sociedade pós-moderna. Posteriormente clarificar a situação do Fair Play nas aulas de Educação Física e em seguida sua relação a ética e moral no desporto. A este respeito Gonçalves, Cardoso, Freitas, Lourenço & Silva (2005) referem que o estudo das questões éticas no desporto para jovens tem sido esparso e descontínuo ao longo dos últimos anos. Biliatti ressalta que, conectado à sua origem aristocrática inglesa, os valores do “fair play”, foram referencias para a prática esportiva durante muito tempo mesmo que algumas vezes sendo transgredidas.


CONCEITO DE FAIR PLAY

Literatura não é unânime quanto à utilização dos conceitos logo a seguir referidos. Assim, o conceito de Fair-Play, numa tradição para o português significa jogo limpo, sendo muitas vezes entendido também como Desportivismo e Espírito Desportivo.
Se atendermos as diferentes definições de Fair- Play verificamos que cada autor acrescenta sempre algo de inovador ao conceito.
Martens(1978), aborda o tema, analisando-o como “um comportamento moral no meio desportivo”.

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* Acadêmico do Curso de Educação Física – UNIJUÍ – Santa Rosa – RS.


Ommo Grupe (1992) define-o como “uma adesão voluntária às regras desportivas, princípios e códigos de conduta, obedecendo ao princípio da justiça e renunciando a vantagens injustificadas.
Hon & O´connor (1994), perspectivam o conceito de uma forma mais global, não sendo apenas uma forma de jogar o jogo, mas uma maneira de estar na vida.
No entender de Gibbons (1995) a definição de Fair- Play está sempre associada aos seguintes comportamentos: respeito pelas regras, pelo árbitros e suas decisões, respeito pelos outros, promover a igualdade de oportunidades e manter o auto-controlo em todas as situações.
Segundo Lenk (1987) o fair play tem dupla natureza, dividindo-se em fair play formal e informal. O fair play formal se caracteriza pelo cumprimento das regras e regulamentos, representando assim uma “norma-obrigação” do competidor. O fair play informal. Representa os valores morais do praticante, através das atitudes cavalheirescas do competidor em relação aos adversários e árbitros. O autor desta que o fair play manifesta-se através dos seguintes aspectos:
1. Respeito pelas regras
2. Respeito pelos árbitros e aceitação de suas decisões
3. Respeito pelo adversário
4. Desejo de igualdade
5. Ser digno

Apesar das diferenças encontradas entre os autores é possível percebemos uma unidade na definição do que é fair play, pois todos representam o mesmo pensamento, o de uma conduta ética para com o esporte e em relação aos demais envolvidos nessa pratica.

Fair Play nas aulas de Educação Física e sua relação a ética e moral no desporto
No momento, vivemos em uma sociedade caracterizada pela velocidade histórica. Os valores tradicionais do esporte tem se modificado constantemente, muitos valores benignos tem sido trocados por outros novos. A sociedade se esportivizou, mas abandonou os valores positivos inerentes ao esporte. No momento, prevalecem a lógica de mercado, a tecnologização e o profissionalismo exagerado.
Então, cabe aos profissionais envolvidos com a prática esportiva esquadrinhas soluções para frear o declínio do espírito esportivo na sociedade atual. Soluções que perpassam por novas regras, por incentivos a atitudes de fair play, por uma educação voltada para a ética desde a infância, (GERLING, MÜLLER, 2004). Diante do exposto, urge repensara o pape da educação física nessa sociedade pós-moderna, cujos valores são intensamente propagados e distorcidos pela mídia. O esporte tem a qualidade de conferir valores e normas à sua pratica, auxiliando na formação cultural e social dos indivíduos. Entretanto, é preciso repensar que valores o esporte tem difundido e se estes estão de acordo com o contexto da sociedade atual.
Rufino, Bastista & Maturana(2005) analisaram a influência da mídia no Fair-Play dos alunos (as) e professores (as) de Educação Física das escolas públicas do município do Rio de Janeiro. Foram aplicados 2 questionários em 25 escolas em que o 1º avaliava a quantidade de exposição aos media de desporto e o interesse dos alunos por notícias com bons e com maus exemplos de Fair- Play, enquanto que o 2º questionário avaliava o comportamento em relação a situações de competição onde o jogar limpo estivesse envolvido. Estes questionários foram também aplicados a atletas e treinadores(as), sendo de seguida correlacionados os resultados para analisar a influência dos media no Fair-Play de alunos (as) e professores (as) da Educação Física, assim como a diferença do grau de Fair- Play destes para os atletas e treinadores (as).
Os autores concluíram que os professores de Educação Física alcançaram um grau mais elevado de Fair-Play entre os participantes, e os atletas obtiveram o valor mais baixo de Fair-Play. As participantes do sexo feminino revelaram valores mais elevados no que concerne ao Fair-Play na prática desportiva, podendo estar relacionado pela maior exposição dos participantes do sexo masculino a mídia.
Os valores que a sociedade transmite ao Desporto, tais como a honestidade, a lealdade, a sinceridade, a limpidez de processos, a dignidade, a correção de atitudes, o respeito mútuo entre quem participa de competições desportivas e o respeito inequívoco por regras de condutas cívicas e desportivas por parte de quem é responsável pela orientação desportiva, tendem cada vez mais a serem irrelevantes e a estarem em vias de extinção (GONÇALVES, 1998; GONÇALVEZ, COSTA e PIÉRON, 1998).
Os valores devem ser sublinhados através de uma postura ética em relacionamentos interpessoais. No esporte este parâmetro é trabalhado através do respeito mútuo, da honestidade, do cavalheirismo, do respeito pelas regras, ou seja, através do fair play. Portanto, é preciso que a prática esportiva seja orientada pedagogicamente, fortalecendo as noções de ética e cidadania.
Vemos que a contribuição do esporte no pensamento e comportamento ético do individuo também se torna de suam importância para a formação deste, sendo o fair play o fio condutor da transmissão dos valores que orientam a aquisição desta conduta ética. Devido ao fato dos valores estarem sendo modificados no comportamento de cada individuo, a identificação de atitudes antiéticas nos jovens atletas é de vital importância para melhor se entender o processo pelo qual eles tomam as decisões em situação esportivas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na contemporaneidade são vários os fatores influentes no esporte, que abrangem desde a vestimenta da competição ate o centro de treinamento com equipamentos de ultima geração. Tudo influencia o esporte e o esporte a tudo influencia. E nesse contexto, de esportivização da cultura (GRUPE, 1992), a mídia surge como fator fortemente influente na sociedade pós-moderna. Dessa forma, o fair play se torna imprescindível nas relações interpessoais, possibilitando uma relação dialética com a realidade permeada de situações antiéticas exibidas pela mídia televisiva em especial, seguida pelo rádio, os jornais e a internet.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio eletrônico: século XXI. Rio de Janeiro: Nova Fronteia/Lexicon Informática, 1999.
2. PINHEIRO, V.; COSTA, A.; SEQUEIRA, P.(2008). Fair-Play e aspectos educativos no desporto infanto-juvenil. http:/www.efdeportes.com/ Revista Digital – Buenos Aires – Ano 12 - N˚ 117 – Fevereiro de 2008.
3. RUFINO, J.; BATISTA, P.; GUELE, R.; MATARUNA, L.(2005). O Fair Play na atualidade. Arquivos em Movimento, Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.57-68, julho/dezembro, 2005.

domingo, 18 de outubro de 2009

Secchi Imobiliária/ Lida Bruta Campeão - Troféu Primavera


Secchi Imobiliária/ Lida Bruta Campeão - Troféu Primavera

Horizontina conheceu os campeões municipais do Troféu Primavera 2009. A decisão aconteceu no ultimo sábado, junto ao Ginásio Municipal de Esportes Edio Stoll. Na decisão masculina a equipe da Imobiliária Secchi/Lida Bruta não teve trabalho. A equipe da Casa da Pintura, não compareceu para o confronto. Com a vitória por W. O. a equipe do Lida Bruta levou o título sem esforço nenhum. A entrega da premiação foi imediatamente após definidos os vencedores e contou com a presença do Diretor de Esportes Adalto Pimentel Gomes, bem como da Sra Eloiza Dürques, Secretaria da Educação, a qual é a promotora do evento.

domingo, 20 de setembro de 2009

O Papel da Atividade Física na 3˚ Idade


O Papel da Atividade Física na 3˚ Idade


Muito se fala sobre o aumento da população idosa em todo mundo e a expectativa de vida tem aumentado muito nos últimos anos. No Brasil a população era considerada jovem, mas devido algumas modificações essa situação hoje é um pouco diferente, pois a população idosa ocupa mais de 20%do total da população, e pode-se dizer que em 2025 o Brasil poderá ter a sexta população mais idosa do mundo.
No Brasil a população da terceira idade vem aumentando com o passar dos anos, atualmente a expectativa de vida é de 67 anos, em 2025 poderá chegar aos 74 anos. Devido a esse fato o Brasil já tem instituições preocupadas com essa população que procuram orientar esse grupo a envelhecer com qualidade de vida, pois muitas são as limitações decorrentes da idade.Todo ser humano que consiga alcançar uma idade mais avançada passa pelo processo de envelhecimento, e muitas vezes esse processo não acontece de forma agradável. E para contribuir com esse fato é preciso criar formas que amenizem estas alterações não só no corpo, mas também na mente. Com o avanço da idade há um declínio das capacidades físicas e um aumento da incidência de doenças crônicas. Associados a esses fatores, alterações morfológicas importantes também são observadas. Os idosos tendem a uma perda acentuada de massa muscular e óssea, levando a perdas importantes de água e minerais. Em contrapartida, o tecido adiposo vem aumentando com o avanço da idade.

Porém, esses efeitos prejudiciais estão mais associados ao sedentarismo do que ao simples avanço da idade.
As principais conseqüências funcionais notadas em decorrência disso são (Alves, 2004):
- diminuição dos níveis de força. Estima-se uma perda de 1% ao ano após os 30 e até os 60 anos de idade, 15% por década entre os 60 e os 70 anos e 30% por década daí por diante;
- diminuição da potência aeróbica máxima (VO2máx) numa taxa de 1% ao ano após os 20 anos de idade;
- diminuição dos níveis de flexibilidade, se tornando mais evidente após os 55 a 60 anos;
- diminuição do equilíbrio, verificando-se um declínio mais acentuado a partir dos 60 anos de idade.

Devido à preocupação direcionada a esse grupo, muitos projetos são feitos principalmente relacionados a programas de exercícios físicos que de uma forma geral agem de forma preventiva no envelhecimento.
Uma das estratégias para mínimaz os prejuízos associados ao avanço da idade é o encorajamento à prática de programas de exercício físico. Há pratica regular de atividade física traz diversos benefícios para a saúde e a aptidão física das pessoas de todas as idades, inclusive os idosos.
Abaixo, são citados alguns dos diversos benefícios associados à atividade física regular ou os exercícios físicos:
- Proporcionar atividades grupais.
- Atividades de independência/autonomia/decidir.
- Aprimoramento na função cardiovascular e respiratória.
- Redução nos fatores de risco para doenças.
- Caminhadas.
- Dança.
- Atividades aquáticas
- Ginásticas
- Recreação.
- Encontro com outros grupos.

Vale ressaltar a importância da musculação na terceira idade, qualquer atividade física aumenta a massa muscular, mas o treinamento contra resistência (musculação) estimula melhor esse ganho de massa, levando a consecutivas melhoras como o aumento de força, menor risco de quedas, benefícios no tecido ósseo e tecido conjuntivo dos músculos, tendões, ligamentos e articulações.
Benefícios da musculação associados à terceira idade
Apesar de tantos benefícios proporcionados pela musculação ainda percebe-se que a maior parte do publico que a prática tem finalidades estéticas.
No ambiente estético, a musculação objetiva moldar as formas do corpo enfatizando um trabalho de aumento do volume muscular e de obtenção da simetria corporal. Tudo isso deve ser realizado dentro dos limites da normalidade, respeitando-se todos os princípios do treinamento físico com um destaque maior sobre o princípio da individualidade biológica. Os benefícios da musculação vão muito além da estética, a prática da musculação ajuda na diminuição do estresse, aumenta a interação social, combate o sedentarismo, a aterosclerose, a osteoporose, controla a hipertensão arterial, obesidade, diabetes mellitus entre outros (COSTA, 2004).
Em resumo, um programa para idosos deve conter exercícios de resistência, força, potencia e flexibilidade. A importância da utilização de exercícios que estimula o equilíbrio em plataformas de instabilidade, por exemplo, para melhora da propriocepção.
Porém antes do ingresso em qualquer programa de atividades físicas, a realização de uma consulta médica é fundamental, no decorrer dos exercícios físicos o acompanhamento de um profissional qualificado na área da saúde é essencial, e que atendam suas necessidades. Assim sendo é possível verificar que através da atividade física o idoso se torna mais independe para realizar tarefas e através dessa independência ele envelhecerá melhor tanto fisicamente como mentalmente contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida.
Eduardo Guilherme Kappaun
Professor do Colégio Cristo Rei e Acadêmico do Curso de Educação Física - UNIJUÍ

Referências bibliográficas
ALVES, Roseane Victor; MOTA, Jorge; COSTA, Manoel da Cunha; ALVES, João Guilherme Bezerra. Aptidão física relacionada à saúde de idosos: influência da hidroginástica, In: Rev Bras Med Esporte, Vol. 10, Nº 1 – Jan/Fev, 2004.

BALSAMO, S.; SIMÃO, R. Treinamento de Força para Osteoporose, Fibromialgia, Diabetes Tipo2, Artrite Reumatóide e Envelhecimento. São Paulo: Phorte Editora, 2005.
COSTA, Allan Jose silva da. Musculação e qualidade de vida. In Revista Virtual EFArtigos. Vol. 02, nº03 Natal, 2004. disponível em http//:www.efartigos.hpg.com.br ,acessado em 20 de setembro de 2009 às 16h e 30min.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

TREINO ESPECÍFICO NA PREPARAÇÃO DE GOLEIROS

1- Seqüência de defesas com queda lateral: O goleiro irá receber várias bolas quicadas para efetuar uma defesa com queda lateral, após defender posicionar-se para a próxima defesa, e assim seqüencialmente.

2- Saída no alto com defesa baixa: Goleiro terá que efetuar duas saídas de bola, uma em cada lado e na sequência uma defesa baixa. Trabalhar os dois lados.

3- Deslocamento com defesa de base: Goleiro irá descolar até a trave e voltar no lado contrário para efetuar uma defesa com base.

4- Cones 1 – 2 com queda: Goleiro posicionado ao lado da trave, a cada anunciado do preparador de goleiro, (cone 1 ou 2), assim ele terá q efetuar e em seguida realizar uma defesa baixa no lado contrário.

5- Cones 1 – 2 com queda lado contrário: Goleiro posicionado ao lado da trave, a cada anunciado do preparador de goleiro, (cone 1 ou 2), assim ele terá q efetuar e em seguida realizar uma defesa baixa no lado contrário.

6- Cones 1 – 2 no alto: O goleiro fica sobre a linha de gol, de costas para o PG que fica posicionado na linha da área com uma bola. Ao sinal (cone 1 ou 2) que estão posicionados no alto do gol junto a rede, a cada comando terá que encostar no cone mencionado pelo PG e na seqüência girar e fazer defesa da bola chutada pelo PG.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

TRABALHO DE INICIAÇÃO NA PREPARAÇÃO DE GOLEIROS

Trabalhar com criança requer paciência, psicologia, carinho, respeito, amor e além de talento natural, uma bolsa de primeiros socorros! Afirmação de Bompa

A função do goleiro é altamente específica o que requer a necessidade de se ter um profissional exclusivo, o preparador de goleiros, para elaborar, executar e avaliar o seu plano de treinamento.

o preparador de goleiros deve dispor de conhecimentos sobre fisiologia e desenvolvimento da criança e do adolescente, psicologia e pedagogia do esporte e ser um profundo estudioso da técnica individual e coletiva do goleiro de Futsal, aprimorando e/ou elaborando métodos de treinamento que desenvolvam as qualidades da criança/jovem de maneira didática e gradual, respeitando seu desenvolvimento e seus limites fisiológicos e psicológicos.

É primordial que qualquer programa de treinamento, seja de esportes individuais ou coletivos, respeite e atenda às necessidades e anseios de cada estágio do desenvolvimento da criança e do adolescente.

As crianças não são simplesmente adultos pequenos, mas possuem características fisiológicas distintas e complexas que precisam ser consideradas! Afirmação de Bompa

Portanto, torna-se imprescindível que os clubes e escolinhas de Futsal preocupem-se cada vez mais com a iniciação e evolução dos goleiros, colocando profissionais que se dediquem exclusivamente a treiná-los e orientá-los e que estes tenham uma relação de amizade e perfeita interação com a criança/jovem. O goleiro iniciante não deve ficar exposto a cobranças e pressões, tendo o direito de cometer erros (que deverão ser detectados e corrigidos pelo preparador), encarando-os como parte do processo de aprendizagem. Contudo como, infelizmente, estas cobranças e pressões muitas vezes acabam ocorrendo, torna-se necessário que o preparador de goleiros atuar como um “filtro” para que aquelas não venham a prejudicar a criança/jovem.

O goleiro é o jogador mais importante de uma equipe de Futsal e seu trabalho deve ser sempre valorizado e exaltado. Todo aquele que se proponha a atuar nesta posição já será um vencedor, pois somente pessoas especiais possuem o talento e as qualidades necessárias para ser o número UM.

Referências bibliográficas:
1) BOMPA, Tudor O. Treinamento total para jovens campeões. Tradução por Cássia Maria.Nasser. São Paulo: Manole, 2002

2) CAMPOS, Iranílton Lombardi. A Criança no Futsal. São Paulo: 2002

3) NETO, Cândido S. Pires, SOARES, Ben-Hur. Lesões intervientes nas posições táticas no Futsal

Eduardo Guilherme Kappaun – Professor/treinador de voleibol do Colégio Cristo Rei e Preparador de Goleiros da equipe de Horizontina representante na Liga Noroeste de Futsal 2009.

terça-feira, 21 de julho de 2009

TREINO ESPECÍFICO NA PREPARAÇÃO DE GOLEIROS

Acreditando que a função do goleiro torna-se a cada dia mais decisiva em relação ao placar do jogo e que, suas habilidades podem ser demonstradas tanto com os pés quanto com as mãos, tanto que exige-se de um goleiro um tal acúmulo de capacidades corporais e psíquicas que só podem ser encontradas em poucos jogadores. A posição do goleiro requer um ensino muito especial e mais ainda, uma educação e orientação espiritual diferente.

Esse material tem como objetivo a estrutura de um treinamento específico para goleiros com orientação de fundamentos e capacidades tais como: Postura ideal para a defesa, pegada, velocidade de reação, coordenação, equilíbrio, concentração, flexibilidade, deslocamentos, agilidade, queda lateral (bola rasteira, bola meia-altura e bola quicada) entre outros. Os treinamentos também são direcionados para desenvolver a resistência muscular lcalizada e geral.

A cada exercício é aplicada uma carga de 6 repetições com sucesso em suas defesas, a cada erro é feito a repetição para corrigir o posicionamento e movimento. Corrigindo os erros e trabalhando em cima de repetições, para que o atleta possa desenvolver a técnica correta na execução dos movimentos.

Exercício 01: Goleiro em posicão inicial encontra-se deitado para realizar a primeira defesa baixa, em seguida realiza o deslocamento lateral entre os cones para no final receber mais um chute rasteiro. Capacidades e fundamentos trabalhos: Pegada, velocidade de reação, coordenação, queda lateral, agilidade.

Obs: trabalhar os dois lados.

Exercício 02: Goleiro encontra-se em posição de expectativa, na base da trave onde terá que receber um comunicado do preparado para deslocar frontal até cone 01 ou 02 e em seguida realizar um giro, deslocar lateral para executar uma defesa baixa no lado contrário. Capacidades e fundamentos trabalhos: Postura, equilíbrio, concentração, pegada, velocidade de reação, deslocamento, queda lateral e agilidade.

Obs: Trabalhar os dois lados.

Exercício 03: Goleiro encontra-se no centro do gol em posição de expectativa, onde terá que recebr um comunicado do preparador para deslocar lateral até cone 01 ou 02 e em seguida realizar uma defesa baixa no lado contrário do cone tocado. Capacidades e fundamentos trabalhos: Postura, equilíbrio, concentração, pegada, velocidade de reação, deslocamento, queda lateral e agilidade.

Exercício 04: Goleiro encontra-se em posição de expectativa, na base da trave, fechando o angulo, onde vai receber um chute e em seguida deslocar lateral para o centro do gol e realizar mais uma defesa com outro chute baixo e para finalizar uma queda lateral de um chute forte e rasteiro (defesa de recuperação). Capacidades e fundamentos trabalhados: Postura, equilíbrio, pegada, deslocamento, velocidades de reação, queda lateral e agilidade.

Obs: Trabalhar os dois lados.

Goleiros que participaram dos vídeos fazem parte da Equipe Associação Horizontinense de Futsal que está disputando pela primeira vez a Liga Noroeste de Futsal 2009, são eles: Alex Medina, Charles Jarrel Borges e Cleber Maciel dos Santos.

Eduardo Guilherme Kappaun – Professor/treinador de voleibol do Colégio Cristo Rei e Preparador de Goleiros da Equipe Associação Horizontinense de Futsal representante na Liga Noroeste de Futsal 2009.

Local: Ginásio Edio Stoll - Horizontina - RS 24/07/2009

sábado, 18 de julho de 2009

Goleiro na linha, bom ou ruim?


Acabamos de viver no futsal um momento histórico, com a conquista do Mundial, realizado no Brasil. Ficou comprovado mais uma vez o crescimento do futsal no mundo e a força de grandes seleções, cada vez mais competitivas. A nossa seleção talvez tenha sido a mais tática de todos os tempos, isso mostra que o nível técnico de nossos jogadores já não faz tanta diferença como por muito tempo foi visto pelas quadras do mundo afora. Agora vivenciamos o final de uma geração de ótimos jogadores se despedirem da seleção e um novo projeto de equipe ser construída, renovação é a palavra da vez, e um novo ciclo se inicia.
A pergunta que me faço é se nós estamos formando uma nova geração de grandes jogadores, ou estamos trocando a necessidade de resultados e a transferência de um plano de jogo melhor elaborado, por facilidades que a regra permite.
Jogar com o goleiro no ataque, virou uma realidade perigosa para o futsal de um país que tem em seus jogadores talento o suficiente para poder realizar um ataque eficiente. Vivemos desde as categorias de base até o profissional uma prática perigosa para quem retomou a hegemonia do esporte e pretende mantê-la, este ano acompanhei alguns jogos das categorias de base aqui em Santa Catarina e fiquei muito preocupado com o que vi, o goleiro faz tudo nas equipes, ele defende, afinal está ali para isso, apesar de que hoje em dia quando se fala em goleiro a pergunta é: ele joga com os pés? É passador e finalizador, tem que fazer gols também, mas essa prática não é usada em final de jogo, ou para sair de uma situação difícil, está virando ou já virou padrão de jogo. A conseqüência disso é que temos cada vez mais jogadores que só jogam de lado na quadra, que não enfrentam o adversário e apenas voltam à bola para o goleiro resolver uma situação de ataque.
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Eduardo Guilherme Kappaun – Professor/treinador de voleibol do Colégio Cristo Rei e Preparador de Goleiros da equipe de Horizontina representante na Liga Noroeste de Futsal 2009.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Atributos necessários aos Goleiros





Atributos necessários aos Goleiros
O trabalho nos treinos e muita conversa entre o comandante e o comandado pode ser a solução para resolver esse problema. O poder exercido pela voz de comando, através da orientação do goleiro, vem exercer um papel importante na motivação da equipe. A comunicação do goleiro deve ser de maneira racional, motivadora e de orientação técnica. Sua orientação técnica pode alertar um marcador mais desatento, chamar jogadas preparadas para uma determinada situação ou até a mudança tática de algum posicionamento errado de um atleta. Muitos resultados foram ou serão decididos pelo simples fato de uma orientação bem executada na hora certa. Uma comunicação afinada entre o goleiro, seu

Atributos necessários aos Goleiros
Segundo CARLESSO alguns parâmetros próprios de cada goleiro devem ser sempre abordados:

* Peso proporcional:
Seu peso tem que ser proporcional a sua altura. Não poderá ser muito magro porque, terá que suportar atacantes hábeis e fortes sobre sua meta. O gordinho também tem suas desvantagens. Ele perde um pouco de sua agilidade tão usada pelos goleiros.

* Estatura:
O “baixinho” dia-a-dia perde a condição para a posição. Só leva desvantagem. Acima de 1,85m. Existem muitos goleiros com mais de 1,90m, quanto mais alto mais cuidados teremos com sua flexibilidade e velocidade.

* Presença:
O goleiro que não tem presença de espírito não se impõe ao adversário e tão pouco dá confiança à sua equipe. Presença pela apresentação de seu uniforme, suas atitudes, seus gestos, seu comando.

* Saber saltar:
É fundamental para todo goleiro saber saltar.
O goleiro tem que ser treinado para saltar tanto para um lado como para o outro. A coordenação do salto é fundamental.

* Saber cair:
Antes ensinar a não cair.
Se o ensinarmos a saltar teremos que ensiná-lo a cair. Vamos buscar no judô esta técnica.

* Habilidade:
Vamos buscar no basquete a habilidade.
Há necessidade do goleiro dominar a bola em toda e qualquer situação, de fazer com a mão esquerda o que faz com a direita. Habilidade também com os pés direito e esquerdo.

* Treinamento:
Repetições sistemáticas de gestos específicos.
Grande número de repetições em velocidade até chegarmos ao automatismo dos gestos. Quando se treina velocidade e flexibilidade desenvolve-se também a agilidade. É fundamental para todo atleta e mais importante ainda para um goleiro.

* Firmeza:
Ter firmeza em tudo o que faz e ter certeza naquilo que poderá fazer, no decorrer de uma partida. Firmeza também é o mandamento número 1 do goleiro, sempre que possível pegar a bola firmemente.

* Valentia:
O goleiro necessita de valentia, em todas as situações perigosas.
O goleiro que tem medo de jogar-se aos pés de um dianteiro é um goleiro de valor muito limitado.

* Tranqüilidade:
A tranqüilidade aumenta grandemente a capacidade do goleiro. O goleiro nervoso contagia a todos os demais companheiros. Ele tem que saber que é o último jogador da defesa e qualquer falha dificilmente poderá ser corrigida.
Tem muito valor psicológico que o goleiro mantenha uma tranqüilidade mental, física e técnica em todas as situações. Esta calma inspira confiança nos demais jogadores.

* Decisão:
Decisão representa 50 por cento da defesa.
Uma boa técnica defensiva sem decisão não existe. O indeciso normalmente acaba tomando o gol. É preferível errar, tomando uma decisão, do que ficar indeciso.

* Capacidade de atenção múltipla:
A posição do goleiro requer uma capacidade de atenção múltipla. Ele deve estar atento quando a bola se encontra distante de sua meta. E mais atento ainda, quando se encontra nas imediações de sua área. Tem que observar a movimentação dos atacantes, seus próprios companheiros de equipe, e com maior atenção ainda na bola.
A atenção é essencial para desenvolver o sentido de ritmo. Se o goleiro observar, tanto à distância e posição do adversário, como a direção e velocidade da bola, então poderá calculara em frações de segundos as possibilidades de uma intervenção segura e precisa.
A atenção possibilitará em muito os movimentos para a antecipação e precisão de jogadas. Um bom goleiro faz deduções do movimento do adversário, quase que lê seus pensamentos. Sabe de antemão o que se pode suceder em uma situação dada e se prepara para tal eventualidade. Há goleiros que parecem atrair para si todas as bolas.
Este tipo de goleiro dispõe de capacidades de antecipação à jogada e aproveita estupendamente esta qualidade.
Quantos gols por falta de atenção do goleiro.
O goleiro tem que estar atento a bola durante os 90 minutos.
Se não estiver atento, o “montinho artilheiro” estará.
É a vala de determinados campos que poderá trazer sérios dissabores.
Ele tem que estar atento também nos seus próprios companheiros que de vez em quando chutam contra a sua meta.

* Golpe de vista:
Muito bom quando tudo vai bem, mas por motivo de segurança é melhor conferir.

* Visão:
É uma das grandes vantagens do goleiro. Uma maior visão do campo. Estar sempre de frente para a jogada, se aproveitar dessa vantagem principalmente para as saídas de contra-ataque.

* Observador:
Observar antes, durante e após um jogo.
Antes: Quais os atacantes que terá pela frente? Quem chuta bem? Com que pé? Se cabeceia?
Durante: Quem está bem, quem está mal, por onde sair jogando.
Depois: Tudo que se passou, analisar e tirar proveito.

* Confiança:
Ter confiança em si, proporcionar e transmitir confiança aos seus companheiros de equipe. As falhas de um dianteiro não são fatais para a vitória de uma equipe. O jogador de defesa, quanto mais perto do seu gol, tanto mais grave será a conseqüência de sua falha proporcionalmente aumenta sua responsabilidade para o conjunto. Uma falha do goleiro pode aquebrantar o seu ânimo, minar sua confiança. Se for um goleiro que possua uma grande força de vontade e confiança em si, supera facilmente esta situação.
O trabalho do goleiro e diferente das demais jogadores. Os problemas complexos, as situações especiais e perigosas fazem com que exija do goleiro qualidades bem diferentes daquelas que se exigem dos outros jogadores.
Mesmo no momento que se sentir emocionalmente envolvido e pressionado, jamais poderá desanimar, deverá acreditar sempre, nas suas possibilidades, procurando manter a autoconfiança e com o pensamento positivo, tentar a todo custo, reverter o quadro que se lhe afigura como difícil.
O goleiro pode nascer com qualidades físicas e psicológicas para esse encargo, contudo, só o treinamento pode torná-lo um atleta de alta performance.

Referências bibliográficas

CARLESSO, Raul. Manual de Treinamento do Goleiro. RJ. Palestra Edições. 1981

MAIER, Sepp. Aprenda com o maior goleiro do mundo. RJ. Tecnoprint. 1981

VIANA, Adalberto. Treinamento do Goleiro de futebol. Viçosa Imprensa Universitária. 1995.

Goleiros - Heróis e Anti - Heróis da camisa 1. Do jornalista Paulo Guilherme.

DOMINGUES, Almir. Goleiros 100 segredos. Editora Verbo.
FONSECA, Gerard. Futsal – Treinamento de Goleiros. Sprint.


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Eduardo Guilherme Kappaun – Professor/treinador de voleibol do Colégio Cristo Rei e Preparador de Goleiros da equipe de Horizontina representante na Liga Noroeste de Futsal 2009.



COLÉGIO CRISTO REI - Liga Noroeste de Voleibol


Foi realizado no dia 10/07/09 o torneio da Liga Noroeste de Voleibol Infanto-juvenil Feminino na cidade de Santa Rosa, onde o Colégio Cristo Rei obteve a segunda colocação com a equipe formada pelas atletas: Bruna Henn, Carine Chzuchman, Joana Fitz, Mayla Wesling, Milena Pacheco, Bruna Freder, Franciele Weiss, Luana Gross, Paula Henn, Pricila Arenhardt, Carol Hermel, treinadas pelo professor Eduardo G. Kappaun.
Participaram desta competição as seguintes equipes: Colégio Cristo Rei, Centro Tecnológico Frederico Jorge Logemann, Santíssima, CEAP, CEP, Dom Bosco,
Parabéns às atletas pelo excelente desempenho!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Bola com chip para evitar lances duvidosos é lançada em São Paulo

Bola com chip para evitar lances duvidosos é lançada em São Paulo.

Time do São Bernardo testa a novidade que, como lembrou o presidente da CBV, não irá substituir os árbitros auxiliares.
Chip permitirá saber com precisão se a bola foi dentro ou fora da quadra
A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) lançou, nesta quinta-feira, a bola com chip, para auxiliar os árbitros nas marcações e esclarecer jogadas duvidosas. A novidade, apresentada no ginásio José Côrrea, em Barueri, foi testada pelo time do São Bernardo, quarto colocado da última Superliga. A nova tecnologia permitirá saber, com precisão, se as bolas caíram dentro ou fora da quadra, além da velocidade no momento dos ataques. O sistema funciona de maneira integrada. Para o funcionamento do aparelho é necessária a instalação de antenas, câmeras e do tapete oficial da quadra de vôlei. Assim, a informação chega ao palm top, em poder do árbitro do jogo.
- Mais uma vez, o voleibol brasileiro está à frente dos demais países. Esta inovação pioneira com certeza será benéfica para o esporte como um todo. Só temos a ganhar com esta nova tecnologia. Nossa ideia é levar projeto para ser avaliado pela Federação Internacional. Mas, como presidente da Confederação Sul-Americana e da União Pan-Americana, dou a certeza de que ele poderá ser utilizado nos torneios nas Américas - destacou Ary Graça, presidente da CBV, por intermédio de sua assessoria de imprensa. O dirigente lembrou que o sistema não substituirá os árbitros auxiliares, que continuarão em quadra para marcarem outras infrações que possam interferir diretamente no jogo.

domingo, 26 de abril de 2009

País comemora dia 26 de abril, o Dia do Goleiro, criado há 30 anos para homenagear aqueles que desafiam a lógica dos gramados e quadras.



País comemora dia 26 de abril, o Dia do Goleiro, criado há 30 anos para homenagear aqueles que desafiam a lógica dos gramados e quadras.

Eles passam o ano todo sendo desafiados pelos atacantes, xingados pelos torcedores, chamados de ‘frangueiros’, ‘braço curto’, ‘mão de pau’ e outras atribuições depreciativas. Mas o que seria do futebol - futsal se não fossem os goleiros? Idolatrados a cada defesa e execrados a cada falha, os donos da camisa 1 – considerados os anti-heróis do futebol - futsal por estar em atuação para impedir o torcedor de ver o que mais gosta, o gol – vão poder, pelo menos por um dia, ser tratados como reis. Foi nesse domingo, dia 26 de abril, o Brasil comemora o Dia do Goleiro.
A idéia de se criar o Dia do Goleiro na década de 70 foi do tenente Raul Carlesso e do capitão Reginaldo Pontes Bielinski, professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, e o jornalista Paulo Guilherme, autor do livro Goleiros – Heróis e anti-heróis da camisa 1. Carlesso foi um dos precursores do trabalho de preparação de goleiros no Brasil. O tema entrou na pauta da Seleção Brasileira na preparação para a Copa do Mundo de 1970, quando o preparador físico Admildo Chirol levou para a concentração fotos e filmes de treinamentos de goleiros da Alemanha e da Iugoslávia.
Nos anos seguintes, Carlesso desenvolveu um método de fundamentos que ajudou na formação de diversos arqueiros brasileiros e foi o primeiro preparador de goleiros a ser inserido na Comissão Técnica da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, no Mundial da Alemanha de 1974. “Diante do sucesso do método e da evolução dos goleiros no Brasil decidimos criar o Dia do Goleiro para homenagear todos os atletas dessa posição”, conta Bielinski, que desenvolveu vários estudos com Carlesso.
Uma festa reunindo goleiros, ex-goleiros e pessoas ligadas ao futebol, no Rio, celebrou o primeiro Dia do Goleiro, em 14 de abril de 1975. Mas, a partir de 1976, definiu-se como o dia “oficial” a data de 26 de abril, em uma homenagem ao goleiro Manga, que na época era o campeão brasileiro pelo Internacional.
“Nos anos 70, o goleiro brasileiro era pouco respeitado tanto lá fora quanto aqui mesmo no Brasil”, afirma Paulo Guilherme. “Hoje, três décadas depois, os goleiros celebram uma nova era, conquistando espaço em grandes clubes da Europa, arrastando milhares de fãs para os estádios e lançando moda nos uniformes".
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Eduardo Guilherme Kappaun – Professor Colégio Cristo Rei e Preparador de Goleiros da equipe de Horizontina representante na Liga Noroeste de Futsal 2009.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

RECREAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Eduardo Guilherme Kappaun¹
Acadêmico da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ

Resumo
Nesse artigo buscaremos mostrar o quanto o brincar é importante para a criança e o quanto é mais rentável para educadores o ensinar brincando, pois é essencial para nós o trabalho de resgatar as brincadeiras e os jogos tradicionais; também poderemos observar as reações do aluno ao experimentar uma brincadeira nova ou representar seu papel de construtor ao construir um brinquedo ou uma brincadeira nova.

Palavras Chaves: recreação, educar através das brincadeiras, educação infantil.

1. INTRODUÇÃO
O ato de brincar envolve emoções, tensões, dificuldade, desafios. Friedmann defende, com pesquisa contextualizada, a necessidade de resgatar o jogo no currículo escolar. Resgatar, que significa recuperar, reencontrar, salvar, tende a ser o maior desafio dos educadores atualmente. O resgate da sensibilidade humana, da interação e da preocupação com o outro, da relação familiar e entre seus pares, do conhecimento contextualizado, da implementação do jogo com caráter recreativo tem que fazer presente nas escolas de Educação Infantil e, também, no Ensino Fundamental.
Acreditamos que uma criança que não anda de bicicleta na rua, que não rala o joelho, que não brinca de esconde-esconde, que nunca pegou uma boneca, que não sabe jogar peteca, não é criança. A escola tem de se preocupar com a aprendizagem, mas o prazer tem de ser maior, cabendo ao professor a imensa responsabilidade de aliar as duas coisas. Salientamos, pois, a necessidade de termos profissionais bem formados e conscientes de seu trabalho. Enquanto brincamos, deixamos aflorar nosso lado mais sensível, nossa profunda paz de espírito e, sem perceber, fazemos uma terapia grupal. Brincar é estar livre. Observar uma criança brincando permite que os adultos, alguns arrogantes por natureza, tentem entender o que se passa em sua cabecinha e assim talvez, compreender melhor o seu mundo e suas necessidades.

2. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
"A brincadeira e o jogo são para a criança um fim em si mesmo, devem ser para nós um meio de educar, de onde seu nome jogo educativo que toma cada vez mais lugar na linguagem da pedagogia maternal".
Sabemos que a palavra lúdica vem do latim ludus e significa brincar e é neste brincar que estão incluídos os jogos, brinquedos e brincadeiras e divertimentos que se usados de maneira correta e indutiva pelo educador poderá exercer a função de educar e oportunizar a aprendizagem do educando, seu saber, seu conhecimento desenvolve a sua compreensão de mundo, independente de época, cultura e classe social.
Toda criança tem o direito de brincar, pois brincar é fundamental para o seu próprio desenvolvimento físico, psíquico e social. Muitas crianças em tenra idade são solicitadas ao trabalho e perdem, por isso, a oportunidade de se relacionarem com outras crianças e de se socializarem em grupos. Os pais, por estarem sempre concentrados em suas ocupações e tarefas que às vezes se deixam levar por seus atributos e esquecem a importância da brincadeira com que um dia também foram crianças. Cabe então a nós professores desempenhar este papel, procurando recursos com criatividade para então dar início ao processo de socialização e convivênciada criança com outros colegas ou grupos,o professor então deverá saber orientá-los e integrá-los através da comunicação e brincadeiras e sobretudo desenvolver e aplicar a integração e o respeito com os colegas, trazendo melhor qualidade de vida, saúde e bem estar. A melhor forma de conduzir a criança à atividade, auto-expressão e à socialização seria por meio dos jogos. Essa teoria realmente determinou os jogos como fatores decisivos na educação para as crianças.
As crianças nos jogos participavam de empreendimentos técnicos e mágicos. O corpo e o meio, a infância e a cultura adulta faziam parte de um só mundo. Os jogos caracterizam a própria cultura, a cultura era a educação e a educação representava a sobrevivência.
Para Piaget, os jogos tornaram-se mais significativos à medida que a criança desenvolve, pois a partir da livre manipulação de matérias variadas, ela passa a reconstruir objetos, reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa. Essa adaptação, que lhe deve ser realizada pela infância, consiste numa síntese progressiva da assimilação com acomodação. É por isso que, pela própria evolução interna, os jogos das crianças se transformam pouco a pouco em construções adaptadas, exigindo sempre mais do trabalho afetivo, a ponto de nas classes elementares de uma escola ativa, todas as transições espontâneas ocorrem entre o jogo e o trabalho. Conclui: "que em educação das crianças exigem que se forneça a criança um material conveniente, a fim de que, jogando chegue a assimilar às realidades intelectuais que sem isso permanecem exteriores a inteligência infantil".
Para ele, sendo o homem o sujeito de sua própria história, toda ação educativa deverá promover o indivíduo sua relação com o mundo por meio da consciência crítica, da libertação e de sua ação concreta com o objetivo de transformá-lo. Assim ninguém se atirara a uma atividade eminentemente séria, penosa, transformadora (visão de uma realidade futura feliz) se não tiver, no presente, a alegria real, ou seja, o mínimo de prazer, satisfação e predisposição para isso.
A ação de buscar e de apropriar-se dos conhecimentos para transformar exige dos estudantes esforço, participação, indagação, criação, reflexão, socialização com prazer, relações essas que constituem a essência psicológica da educação lúdica, que se opõe a concepção política ingênua, a passividade, ao espontaneísmo, à jocosidade, à alienação, a submissão, condicionantes da pedagogia dominadora e neutralizantes.
A educação lúdica esteve presente em todas as épocas, povos, contextos de inúmeros pesquisadores, formando hoje, uma vasta rede de conhecimentos não só no campo da educação, da psicologia, fisiologia, como nas demais áreas do conhecimento.
A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante. Seus objetivos, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico, enfatizam a libertação das relações pessoais, passivas técnicas para as relações reflexivas criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional, de esforço sem perder o caráter de prazer e de satisfação individual e modificador da sociedade.
Segundo Makarenko, "o jogo é tão importante na vida da criança como é o trabalho para o adulto" daí o fato de a educação do futuro cidadão se desenvolver antes de tudo no jogo, não se pode fazer uma obra educativa sem se propor um fim, um fim claro, bem definido, um conhecimento do tipo de homem que se deseja formar. E neste sentido que o modelo pedagógico mantém uma relação direta com o presente vivido. A coletividade infantil recusa absolutamente viver uma vida preparatória.
E ao resgatarmos as funções do lúdico na formação do educador e do educando estamos retomando a história e a evolução do homem na sociedade, pois cada época e cada cultura tem uma visão diferente de mundo, pois a criança não tinha a existência de hoje ela era considerada miniatura do adulto ou quase adulto,os jogos e brinquedos,embora sendo um elemento sempre presente na humanidade desde seu início também não tinha a conotação que tem hoje,eram vistos como fúteis e tinha como objetivo a distração e o recreio sendo assim dentre as contribuições mais importantes deste estudo podemos destacar que:
·As atividades lúdicas possibilitam exercitar as resistências ''pois permitem a formação do auto conceito positivo;
·As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente.
·O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade;
·O brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação;
·O jogo é essencial para a saúde física e mental.
·O jogo simbólico permite à criança vivências do mundo adulto e isto possibilita a meditação entre o real e o imaginário.
3. A CRIANÇA, A EDUCAÇÃO E O BRINQUEDO.
Considerando o brinquedo e a realidade da criança relativa a intenção dos adultos, devemos lembrar que o brinquedo tornou-se, hoje um objeto de consumo, numa sociedade que propõe qualquer objeto para ser consumido como brinquedo.
Esse objeto se transforma em "falso jogo" e traz a superfície à oposição entre o jogo e o trabalho, o objetivo lúdico (brinquedo) comprado tem como destino satisfazer a necessidade imediata (tão logo preenchidas essas necessidades, vai-se em busca de outra nova necessidade).
Por isso, supervaloriza a produção e acrescenta – se a publicidade, a qual tirando proveito da confusão entre o real e o imaginário, exibe sedutoramente o absoluto da satisfação, futura, para que aí se introduza o germe da decepção.
Satisfeita com o brinquedo, a criança não joga mais, não explora, não cria nem representa concretamente seu pensamento.
E de fato compreender que o conteúdo do brinquedo não determina a brincadeira da criança, ao contrário o ato de brincar (jogar, participar) é que revela o conteúdo do brinquedo.
A criança ao puxar qualquer coisa torna-se cavalo; ao brincar com areia torna se pedreiro; ao se esconder torna-se guarda, nada é mais interessante para a criança que associar os materiais heterogênicos: pedras, bolinhas, papéis, madeiras, todos eles têm significado para ela. Um simples pedacinho de madeira, uma pilha ou uma pedrinha um papelzinho em sua solidez, no monolitismo de sua matéria, reúnem uma exuberância das mais diversas figuras.
O brinquedo faz parte da criança, simboliza a relação, pensamento ação, e, sob esse ponto constitui provavelmente, a matriz de toda a atividade lingüística, a tornar possível o uso da fala, do pensamento e a imaginação.
O primeiro brinquedo utilizado pela criança é seu próprio corpo, que começa a ser explorado nos primeiros meses de vida; em seguida ela passa objetos do meio que produzem estimulações auditivas ou sinestésicas. A partir daí o brinquedo estará sempre na vida da criança, do adolescente e mesmo do adulto.
O mundo do brinquedo é um mundo composto, que representa o apego, à imitação, a representação e não aparece simplesmente como uma exigência indevida, mas faz parte da vontade de crescer e se desenvolver, ao brincar com bonecas ou utensílios domésticos em miniatura, uma criança exercita a manipulação dos objetos, compondo-os e recompondo-os, designando-lhes um espaço e uma função, dramatizando suas próprias relações o eventualmente seus conflitos, gritos com as bonecas, usando as mesmas palavras da mãe, para descarregar sentimentos de culpa; acaricia e afaga-as para exprimir suas necessidades de afeto, pode escolher uma delas para amar ou odiar de modo especial, caso a boneca lembre o irmãozinho amado, ou do qual tem ciúme.
Os brinquedos terão sentido profundo se vierem representados pelo brincar. Por isso a criança não cansa de pedir aos adultos que brinquem com elas, estes, quando brincam com as crianças, tem a vantagem de dispor de uma experiência mais vasta mais rica, podendo ir mais longe com a imaginação, aumentando com isso seu coeficiente, não só de informações intelectuais, mais de nível lingüístico, por exemplo, quando brinca de construção o adulto sabe calcular melhor as proporções e equilíbrio.
Possui um repertório mais rico do ponto de vista lingüístico, e por isso ganha em organização, direção e abre novos horizontes.



4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Crianças que brincam evoluem do campo do concreto para o do simbólico, e as que não vivem esse imaginário sofrerão conseqüências em seu desenvolvimento educacional nos sentidos afetivo e cognitivo. O brincar oferece uma base de tentativas para seguirmos avante e estimula a satisfação dos impulsos. Por meio do brincar e das gratificações afetivas que acompanham essa atitude, a criança dá vazão à vontade de descobrir. Assim sendo, pais e professores podem constituir-se em modelos eficazes para encorajar a atividade lúdica entre as crianças, sobretudo na Educação Infantil.

5. REFERÊNCIAS


ALMEIDA, Paulo Nunes, O ensino globalizante em dinâmica de grupo, Saraiva, SP 1973.

SCHMIDT, Maria Junqueira, Educar pela recreação / Rio de Janeiro: Agir, 1958. - 290 p.

UECKER, Ivana, A importância da recreação nas series iniciais / Ijuí, 1999. - 48 p.

ARROYO, Miguel Gonzalez. O significado da Infância. In Revista: A Educação Infantil nos Municípios: a perspectiva educacional. Belo Horizonte, MG. 1996.

_______, Maria Malta; ROSEMBERG, Fúlvia. Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças, Brasil, DF MEC/SEF/COEDI, 1995.

VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: ed. Martins Fontes, 1984.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Dupla de Horizontina conquista Verão Mágico de Santa Rosa








A dupla de vôlei de areia Eduardo Kappaun e Ricardo Müller consquistaram na segunda-feira, dia 16, o Verão Mágico, em Santa Rosa. A dupla horizontinense venceu quatro partidas na competição, sendo que na final bateram por 2 x 0 os também horizontinenses Léo e Deovani.



Nas ultimas semanas é o terceiro título que a dupla conquista na região, sendo o primeiro torneio do SESC Verão etapa Horizontina, no final da semana passado o Circuito Londero & Cia, onde foram representando o bloco Os Augusto e agora o Verão Mágico, sendo todos de forma invicta.



Em março Eduardo e Ricardo estarão disputando em Torres a final estadual do Torneio Sesc Verão e para tanto estão buscando apoio de empresas interessadas em patrocinar a dupla na competição.
ARTIGOS

O porque da emigração de atletas de alto rendimento: o Voleibol brasileiro no contexto mundial.

















Desde a década de 1980, o Vôlei Brasileiro adquiriu o status de melhor do mundo.Nossos atletas venceram e ganharam tudo o que seria possível conquistar: medalhas de ouro olímpicas; circuitos mundiais; grand-prix; campeonatos mundiais e regionais.Esta é uma ótima razão para nos sentirmos orgulhosos de nossas equipes, masculinas e femininas, coordenadas competitivamente pela CBV.À primeira vista, estas conquistas e glórias aparentam ter somente pontos positivos. O ego e o orgulho de ser brasileiro aumentam. O Brasil passa a ter uma imagem internacional melhor no mundo do esporte e é referência, líder, no Vôlei. Nossos atletas se tornam famosos e são requisitados para mais jogos, eventos, marketing de produtos e serviços, de tal forma que a renda conjunta deles, salários no esporte mais propaganda cresce. Contudo, este lado sadio, positivo, também esconde os seus problemas e contrapontos. Por conta do próprio sucesso, o Vôlei precisa enfrentar novos desafios, o que pede novas formas de pensar, de agir e de ver o Vôlei. Isto, pela comunidade voleibolística em geral. O fato é que o sucesso traz consigo vantagens e desvantagens. E entre estas, merece atenção o fato de que com tantas taças e vitórias na mão, os nossos melhores atletas voleibolísticos tornaram-se o objeto da cobiça esportiva mundial. Atrair para o seu país uma estrela de primeira grandeza, vinda do Vôlei brasileiro, para atuar num time de ponta, virou uma meta estratégica para inúmeros clubes no mundo.




A partida de jogadores ao exterior: um fenômeno localizado ou efeito de força maior.
Num ponto, os analistas estão de acordo: o principal fator que determina o fluxo migratório é o diferencial entre renda local e no exterior. Os atletas querem se realizar profissionalmente na vida e olham para o fluxo de rendimentos presente e futuro que recebem e receberão tanto em seu país de origem, quantos no exterior.Quanto maior é esta diferença de renda, com pagamentos maiores nos paises desenvolvidos, maior é a probabilidade de um brasileiro emigrar, ir para fora. Mas isto não garante renda permanente, nem sucesso nas quadras estrangeiras. Criou-se de 1990 em diante o mercado de trabalho globalizado dos supertalentosos. Tiger Woods, o taco de ouro do golfe, nascido nos EUA, fica no país onde nasceu. É óbvio, pois entre salários estimados em US$ 7 milhões ao ano e gordos contratos publicitários e de marketing, que exploram sua figura, de mais US$ 93 milhões, num total de US$ 100 milhões, destaca-se o topo do rendimento e vale a pena ficar onde se paga melhor. Os empresários de superatletas trabalham não apenas sobre a capacitação esportiva e o rendimento de seus jogadores. Eles buscam e destacam-se a beleza, a simpatia, a habilidade de falar bem, a empatia com o público, a credibilidade, a imagem ética e bem comportada, a capacidade de fazer de si notícia e a flexibilidade nos movimentos nacionais e internacionais.O que justifica salários e contratos empresariais maiores aos atletas é a capacidade de repercutir campeonatos e jogos, assim como produtos e serviços, em rede local, nacional e mundial, num movimento de rendas de merchandising aumentado pela criação recente, de 1.990 para nossos dias, de novos canais de distribuição, como televisão globalizada, canais abertos e Internet. No vôlei, este fenômeno global também sucede. Não há como pará-lo. Ele faz parte da lógica dos novos negócios mundiais. Por isto, um jogador sensacional como Giba pode fechar na Rússia um contrato estimado em US$ 1,1 milhão, e ele passa a ser um embaixador excepcional do saber, do talento e do diferencial esportivo e voleibolístico criado por ele mesmo, pelo Brasil e a CBV.




A emigração de atletas brasileiros num contexto maior.
A partida ao exterior de jogadores de alto rendimento preocupa naturalmente o país, os dirigentes esportivos, os torcedores, os espectadores midiáticos e os empresários locais.Perder um atleta que foi educado e treinado durante longos anos no Brasil, para o exterior, representa a perda de investimento que se fez em capital humano, um talento a menos que deixa de jogar nas quadras e que deixa de interagir com os pares.Por outro lado, o atleta que vai ao exterior melhora a sua remuneração; ganha em divisas, como euro; treina numa infra-estrutura esportiva de país desenvolvido; mora melhor e sente os benefícios se estiver em cidade rica do progresso, da segurança e da boa saúde pública.Para o país, os resultados da partida de superatletas ao exterior são ambíguos. Os levantamentos de dados de renda, tributários e de remessas são muito imprecisos. Estima-se que boa parte da renda ganha no exterior fique lá fora, dirigido ao consumo de bens e serviços, sendo 60% do orçamento familiar dos jogadores estrangeiros nos EUA e na Europa, destinado à compra de eletrodomésticos, móveis e carros; 31% de destine a impostos e 9% apenas se dirija à compra de imóveis e para fazer um pé de meia ao voltar ao Brasil (Beatriz Padilha, CIES). Estima-se que no total anual, os emigrantes brasileiros remetam US$ 6 bilhões por ano (Panorama Brasil).




Brasil: população e migração no contexto do Vôlei.
A fuga de talentos é notória no campo da ciência e tecnologia. Entre cientistas e pesquisadores, 10.000, saíram do Brasil nos anos 80. No caso específico do Voleibol, o que ocorre é um fenômeno específico de transumância. Este é um tipo bem particular de fluxo migratório. A transumância é um tipo de migração pendular, temporária e reversível, de ida e volta. Corresponde ao deslocamento de atletas e profissionais do ramo esportivo, por um determinado período (anos de vida útil) ou temporada de contrato e após a atividade (atuar num clube), voltam ao país ou área de origem.




Fatores que determinam e explicam a emigração.
Usualmente, estudam-se os fatores explicativos da emigração mediante “push and pull factors”. O push motiva a saída, o pull motiva a chegada lá no exterior.São numerosos os fatores que explicam a emigração de pessoas e de atletas aos paises desenvolvidos. Inexistem estudos apurados, detalhados e numéricos sobre o assunto. Contudo, à luz da literatura existente no mundo institucional e acadêmico e das entrevistas com atletas, pode-se enumerar:




A melhor remuneração no exterior. O diferencial de rendas entre o Brasil e os paises desenvolvidos é muito significativo, logo os salários mais altos e os contratos de merchandizing de produtos e serviços são determinantes para explicar a partida. A emigração é feita numa base individual para a aquisição de renda. A esta se chama de emigração por razões econômicas e de formação de renda pessoal no exterior;




Altas taxas de desemprego e de subemprego no país de origem, estruturais e que possuem pequena mobilidade para baixo. Nos anos 2.000 / 2.007 o Brasil amargou taxas de desemprego próximas a 8,5% e até 10% anuais. No setor esportivo, de lazer, a sensibilidade ao desemprego é maior, o que explica a busca de países onde o emprego seja maior, mais estável e formal;



Um país maior e mais rico pode dispor de um mercado esportivo maior que o do país de origem do atleta. A oferta de oportunidades, quantitativa e qualitativamente, pode ser maior e isso exerce uma atração extra;



O jus-sanguini, ou prevalência da ancestralidade e sanguineidade igual, permite a obtenção mais rápida de passaportes e de mudança de cidadania.

Dinâmica do Jogo de Dupla na Praia



Antes de abordar os fundamentos da técnica individual, considero necessário apresentar, ainda que ligeiramente, como o jogo funciona, como os jogadores deslocam-se e suas principais atribuições, o que denomino Dinâmica do Jogo. Apresento também os fundamentos utilizados em cada função, a fim de facilitar o entendimento desta aplicabilidade.
Na dupla, os dois jogadores desdobram-se para realizar duas funções. Por exemplo, na parte ofensiva, o mesmo jogador pode receber o saque ou levantar a bola, antes do início do jogo pelo saque. Definido o saque no jogador 2 (J2), o jogador 1 (J1) desloca-se em direção ao centro da rede, a fim de efetuar o levantamento para o J2, que ataca a bola. Quando o saque é no J1, realiza-se o contrário, ou seja, o J2 desloca-se para fazer o levantamento e o J1 ataca. Essa dinâmica é invariável; os dois jogadores têm que ter a capacidade de executar as duas funções utilizando-se dos fundamentos: toque ou manchete para o levantamento; manchete para a recepção e cortada ou largadas para o ataque.


Uma vez na Zona de Levantamento, o jogador encarregado do levantamento deve estar atento às recepções defeituosas em que a bola pode ir para pontos bem distantes da mesma. No caso, o jogador que levanta, é obrigado a realizar deslocamentos rápidos na tentativa de recuperar a bola ou ainda levantá-la. Neste caso, utilizar-se-á do toque (caso tenha excepcional capacidade) ou da manchete

Na parte defensiva, quando o saque é do J1, o J2 tenta bloquear e o J1 encarrega-se da defesa. Neste caso, são utilizados os fundamentos: saque, bloqueio e, na defesa, toque, manchete e outros recursos (diagrama a seguir). Essa dinâmica varia:
- ambos os jogadores podem bloquear e defender;
- um dos dois pode jogar no bloqueio sempre e o outro na defesa sempre.
Nossas mais famosas duplas, Adriana Behar/Shelda, no feminino, e Ricardo e Emanuel, no masculino, medalhistas de prata e ouro, respectivamente, na Olimpíada de Atenas, são bons exemplos. Adriana Behar joga sempre no bloqueio e Shelda sempre na defesa. Ricardo e Emanuel revezam-se nas duas funções.
A tendência e um dos objetivos dos treinadores é que os dois jogadores sejam capazes de bloquear e defender com a mesma eficiência.


Preparador de Goleiros, a profissão.


Antigamente, os goleiros não possuíam pessoas específicas para administrar os seus treinos. Muitas vezes pessoas com boa vontade, mas sem conhecimento no assunto eram incumbidas de treinar goleiros.
Com o passar dos anos e a implantação de um futebol moderno, com preparação física adequada para cada posição, admitiu-se a possibilidade de possuir um elemento capacitado e específico para conduzir o treinamento de goleiros.
Geralmente o treinador está preocupado com a orientação de sua equipe durante os treinamentos e fica impossível para ele tentar administrar qualquer tipo de treinamento aos seus goleiros.
É a partir desse ponto que surgem os grandes problemas, pois os goleiros ficam em segundo plano, não tendo uma preparação adequada, e muitas vezes por vontade própria tentam conduzir o treino, mas isso é uma tarefa que não cabe a eles, seria mais viável que tivesse uma pessoa específica para isso.
Sendo assim, tem espaço para todos trabalharem é só ter capacidade e conhecimento sobre futebol especificamente da posição de goleiro.
A realização de estágios, cursos etc. será de grande utilidade aos profissionais, pois a cada dia surgem novas técnicas de treinamento e cada profissional tem o direito de buscar novos horizontes.
Quando fala-se sobre a importância do treinador é para que fique bem claro a todos que estamos trabalhando com uma posição em que a porcentagem de erro deve ser menor possível, pois uma falha do goleiro dificilmente é corrigida pelo companheiro e na maioria das vezes resulta em gol. Sendo assim a função de treinador para a posição exige um alto grau de dedicação e conseqüente valorização do seu trabalho.


FONSECA, GERARD MAURÍCIO (1998). Futsal - Treinamento para goleiros. Rio de Janeiro: Sprint

quarta-feira, 4 de março de 2009

Voleibol, que fatores motivacionais levam a sua prática?


Voleibol, que fatores motivacionais levam a sua prática?


O entendimento dos motivos pelos quais os jovens se envolvem nos esportes tem sido fonte de várias pesquisas para profissionais e pesquisadores da área da Psicologia Esportiva. Uma análise histórica do esporte mostra que ele tem se constituído num fator importantíssimo para o desenvolvimento social e cultural de todos os povos. Ele coexiste com o homem desde os tempos mais primitivos. Segundo MACHADO (1997), o esporte valoriza socialmente o homem, proporciona uma melhoria de auto-imagem, e a aprendizagem de uma modalidade esportiva constitui uma das mais significantes experiências que o ser humano pode viver com seu próprio corpo, a experiência vivida assume particularidades que determinam seu êxito resultante na medida em que vencidas as dificuldades, sendo essas criadas pelo próprio corpo e também pelas exigências do projeto assumido pelo indivíduo.

Em uma larga acepção, segundo CRATTTY (1983), o termo motivação denota os fatores que levam as pessoas a uma ação ou à inércia em diversas situações. De modo mais específico, o estudo dos motivos implica no exame das razões pelas quais se escolhe fazer algo ou executar algumas tarefas com maior empenho do que outras ou, ainda, persistir numa atividade por longo período de tempo. Vários fatores motivam o ser humano em seu dia a dia, tanto de forma interna como externa. A força de cada motivo e seus padrões influenciam e são influenciados pela maneira de perceber o mundo que cada indivíduo possui. Para RODRIGUES (1991), um dos principais fatores que interferem no comportamento de uma pessoa é, indubitavelmente, a motivação, que influi, com muita propriedade, em todos os tipos de comportamentos, permitindo um maior envolvimento ou uma simples participação em atividades que se relacionem com: aprendizagem, desempenho, atenção. Para o autor somos todos cercados por uma constelação de valores que pode, a um dado momento, levar-nos à ação ou reduzir-nos à imobilidade. Essa é uma das razões da dificuldade em mensurar a motivação de maneira precisa, principalmente se a medida depende do humor, sentimentos ou verbalizações momentâneas do sujeito.

Motivação está associada à palavra motivo, segundo MAGGIL (2001), motivo é definido como alguma força interior, impulso, intenção, etc. que leva uma pessoa a fazer algo ou agir de uma certa forma. Sendo assim, qualquer discussão sobre motivação implica em investigar os motivos que influenciam em um determinado comportamento, ou seja, todo o comportamento é motivado, é impulsionado por motivos. Assim a motivação é um termo que abrange qualquer comportamento dirigido para um objetivo, que se inicia com um motivo, esse provoca um determinado comportamento para a realização de um determinado objetivo.

o entendimento dos motivos pelos quais as adolescentes se envolvem com a prática dos esportes, em nosso caso o voleibol, tem sido fonte de várias pesquisas para profissionais e pesquisadores da área. Nas ultimas décadas, o esporte que mais se popularizou foi o voleibol. Hoje o voleibol é o segundo esporte mais praticado no Brasil. As recentes conquistas das seleções brasileiras e o patrocínio de grandes empresas fizeram com que sua popularidade crescesse de maneira considerável na última década. Sua prática ocorre tanto na forma recreativa e de lazer, quanto profissional (BOJIKIAN, 1999). Essa popularização trouxe ao conhecimento do público, através da mídia esportiva, algumas especificidades do voleibol que apaixonam a quem gosta de esporte: Nele a atuação coletiva se sobrepõe à individual. Por não poder ser retida, a bola deve ser passada rapidamente para os companheiros, da melhor forma possível. Um bom passe facilita um bom levantamento, que por sua vez, se for de boa qualidade, favorecerá a uma boa cortada e assim sucessivamente. A ação de um praticante depende daquela feita pelo companheiro que o antecedeu, o que obriga sempre a um torcer pelo êxito do outro. Cada componente de uma equipe é dependente dos demais e isso traz um processo de socialização natural e obrigatório. Segundo MACHADO (1997),existem muitos motivos, responsáveis pelo bom desenvolvimento e desempenho na aquisição e manutenção de habilidades. Geralmente as atividades que requerem maior participação, com mais movimentos, concentram maior número de motivos dos envolvidos, fazendo com que tenham maior interesse e desafios, o que por si só já é estimulante e motivador.
Essas características singulares do voleibol, citadas por BOJIKIAN, (1999), são alguns dos fatores que podem motivar as crianças e adolescentes para a prática do voleibol. Entre eles pode-se acrescentar a família, o professor de educação física e o próprio treinador. Para LAWTHER (1973), faz parte das características dos adolescentes experimentar novos desafios para pôr em evidência suas potencialidades. Para isso, encontra-se nos clubes de iniciação desportiva ou escolinhas, através das competições, e treinamentos direcionados, que favoreça o progresso pessoal do atleta, o ambiente ideal para o desenvolvimento dessas características.