domingo, 26 de abril de 2009

País comemora dia 26 de abril, o Dia do Goleiro, criado há 30 anos para homenagear aqueles que desafiam a lógica dos gramados e quadras.



País comemora dia 26 de abril, o Dia do Goleiro, criado há 30 anos para homenagear aqueles que desafiam a lógica dos gramados e quadras.

Eles passam o ano todo sendo desafiados pelos atacantes, xingados pelos torcedores, chamados de ‘frangueiros’, ‘braço curto’, ‘mão de pau’ e outras atribuições depreciativas. Mas o que seria do futebol - futsal se não fossem os goleiros? Idolatrados a cada defesa e execrados a cada falha, os donos da camisa 1 – considerados os anti-heróis do futebol - futsal por estar em atuação para impedir o torcedor de ver o que mais gosta, o gol – vão poder, pelo menos por um dia, ser tratados como reis. Foi nesse domingo, dia 26 de abril, o Brasil comemora o Dia do Goleiro.
A idéia de se criar o Dia do Goleiro na década de 70 foi do tenente Raul Carlesso e do capitão Reginaldo Pontes Bielinski, professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, e o jornalista Paulo Guilherme, autor do livro Goleiros – Heróis e anti-heróis da camisa 1. Carlesso foi um dos precursores do trabalho de preparação de goleiros no Brasil. O tema entrou na pauta da Seleção Brasileira na preparação para a Copa do Mundo de 1970, quando o preparador físico Admildo Chirol levou para a concentração fotos e filmes de treinamentos de goleiros da Alemanha e da Iugoslávia.
Nos anos seguintes, Carlesso desenvolveu um método de fundamentos que ajudou na formação de diversos arqueiros brasileiros e foi o primeiro preparador de goleiros a ser inserido na Comissão Técnica da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, no Mundial da Alemanha de 1974. “Diante do sucesso do método e da evolução dos goleiros no Brasil decidimos criar o Dia do Goleiro para homenagear todos os atletas dessa posição”, conta Bielinski, que desenvolveu vários estudos com Carlesso.
Uma festa reunindo goleiros, ex-goleiros e pessoas ligadas ao futebol, no Rio, celebrou o primeiro Dia do Goleiro, em 14 de abril de 1975. Mas, a partir de 1976, definiu-se como o dia “oficial” a data de 26 de abril, em uma homenagem ao goleiro Manga, que na época era o campeão brasileiro pelo Internacional.
“Nos anos 70, o goleiro brasileiro era pouco respeitado tanto lá fora quanto aqui mesmo no Brasil”, afirma Paulo Guilherme. “Hoje, três décadas depois, os goleiros celebram uma nova era, conquistando espaço em grandes clubes da Europa, arrastando milhares de fãs para os estádios e lançando moda nos uniformes".
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Eduardo Guilherme Kappaun – Professor Colégio Cristo Rei e Preparador de Goleiros da equipe de Horizontina representante na Liga Noroeste de Futsal 2009.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

RECREAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Eduardo Guilherme Kappaun¹
Acadêmico da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ

Resumo
Nesse artigo buscaremos mostrar o quanto o brincar é importante para a criança e o quanto é mais rentável para educadores o ensinar brincando, pois é essencial para nós o trabalho de resgatar as brincadeiras e os jogos tradicionais; também poderemos observar as reações do aluno ao experimentar uma brincadeira nova ou representar seu papel de construtor ao construir um brinquedo ou uma brincadeira nova.

Palavras Chaves: recreação, educar através das brincadeiras, educação infantil.

1. INTRODUÇÃO
O ato de brincar envolve emoções, tensões, dificuldade, desafios. Friedmann defende, com pesquisa contextualizada, a necessidade de resgatar o jogo no currículo escolar. Resgatar, que significa recuperar, reencontrar, salvar, tende a ser o maior desafio dos educadores atualmente. O resgate da sensibilidade humana, da interação e da preocupação com o outro, da relação familiar e entre seus pares, do conhecimento contextualizado, da implementação do jogo com caráter recreativo tem que fazer presente nas escolas de Educação Infantil e, também, no Ensino Fundamental.
Acreditamos que uma criança que não anda de bicicleta na rua, que não rala o joelho, que não brinca de esconde-esconde, que nunca pegou uma boneca, que não sabe jogar peteca, não é criança. A escola tem de se preocupar com a aprendizagem, mas o prazer tem de ser maior, cabendo ao professor a imensa responsabilidade de aliar as duas coisas. Salientamos, pois, a necessidade de termos profissionais bem formados e conscientes de seu trabalho. Enquanto brincamos, deixamos aflorar nosso lado mais sensível, nossa profunda paz de espírito e, sem perceber, fazemos uma terapia grupal. Brincar é estar livre. Observar uma criança brincando permite que os adultos, alguns arrogantes por natureza, tentem entender o que se passa em sua cabecinha e assim talvez, compreender melhor o seu mundo e suas necessidades.

2. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
"A brincadeira e o jogo são para a criança um fim em si mesmo, devem ser para nós um meio de educar, de onde seu nome jogo educativo que toma cada vez mais lugar na linguagem da pedagogia maternal".
Sabemos que a palavra lúdica vem do latim ludus e significa brincar e é neste brincar que estão incluídos os jogos, brinquedos e brincadeiras e divertimentos que se usados de maneira correta e indutiva pelo educador poderá exercer a função de educar e oportunizar a aprendizagem do educando, seu saber, seu conhecimento desenvolve a sua compreensão de mundo, independente de época, cultura e classe social.
Toda criança tem o direito de brincar, pois brincar é fundamental para o seu próprio desenvolvimento físico, psíquico e social. Muitas crianças em tenra idade são solicitadas ao trabalho e perdem, por isso, a oportunidade de se relacionarem com outras crianças e de se socializarem em grupos. Os pais, por estarem sempre concentrados em suas ocupações e tarefas que às vezes se deixam levar por seus atributos e esquecem a importância da brincadeira com que um dia também foram crianças. Cabe então a nós professores desempenhar este papel, procurando recursos com criatividade para então dar início ao processo de socialização e convivênciada criança com outros colegas ou grupos,o professor então deverá saber orientá-los e integrá-los através da comunicação e brincadeiras e sobretudo desenvolver e aplicar a integração e o respeito com os colegas, trazendo melhor qualidade de vida, saúde e bem estar. A melhor forma de conduzir a criança à atividade, auto-expressão e à socialização seria por meio dos jogos. Essa teoria realmente determinou os jogos como fatores decisivos na educação para as crianças.
As crianças nos jogos participavam de empreendimentos técnicos e mágicos. O corpo e o meio, a infância e a cultura adulta faziam parte de um só mundo. Os jogos caracterizam a própria cultura, a cultura era a educação e a educação representava a sobrevivência.
Para Piaget, os jogos tornaram-se mais significativos à medida que a criança desenvolve, pois a partir da livre manipulação de matérias variadas, ela passa a reconstruir objetos, reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa. Essa adaptação, que lhe deve ser realizada pela infância, consiste numa síntese progressiva da assimilação com acomodação. É por isso que, pela própria evolução interna, os jogos das crianças se transformam pouco a pouco em construções adaptadas, exigindo sempre mais do trabalho afetivo, a ponto de nas classes elementares de uma escola ativa, todas as transições espontâneas ocorrem entre o jogo e o trabalho. Conclui: "que em educação das crianças exigem que se forneça a criança um material conveniente, a fim de que, jogando chegue a assimilar às realidades intelectuais que sem isso permanecem exteriores a inteligência infantil".
Para ele, sendo o homem o sujeito de sua própria história, toda ação educativa deverá promover o indivíduo sua relação com o mundo por meio da consciência crítica, da libertação e de sua ação concreta com o objetivo de transformá-lo. Assim ninguém se atirara a uma atividade eminentemente séria, penosa, transformadora (visão de uma realidade futura feliz) se não tiver, no presente, a alegria real, ou seja, o mínimo de prazer, satisfação e predisposição para isso.
A ação de buscar e de apropriar-se dos conhecimentos para transformar exige dos estudantes esforço, participação, indagação, criação, reflexão, socialização com prazer, relações essas que constituem a essência psicológica da educação lúdica, que se opõe a concepção política ingênua, a passividade, ao espontaneísmo, à jocosidade, à alienação, a submissão, condicionantes da pedagogia dominadora e neutralizantes.
A educação lúdica esteve presente em todas as épocas, povos, contextos de inúmeros pesquisadores, formando hoje, uma vasta rede de conhecimentos não só no campo da educação, da psicologia, fisiologia, como nas demais áreas do conhecimento.
A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante. Seus objetivos, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico, enfatizam a libertação das relações pessoais, passivas técnicas para as relações reflexivas criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional, de esforço sem perder o caráter de prazer e de satisfação individual e modificador da sociedade.
Segundo Makarenko, "o jogo é tão importante na vida da criança como é o trabalho para o adulto" daí o fato de a educação do futuro cidadão se desenvolver antes de tudo no jogo, não se pode fazer uma obra educativa sem se propor um fim, um fim claro, bem definido, um conhecimento do tipo de homem que se deseja formar. E neste sentido que o modelo pedagógico mantém uma relação direta com o presente vivido. A coletividade infantil recusa absolutamente viver uma vida preparatória.
E ao resgatarmos as funções do lúdico na formação do educador e do educando estamos retomando a história e a evolução do homem na sociedade, pois cada época e cada cultura tem uma visão diferente de mundo, pois a criança não tinha a existência de hoje ela era considerada miniatura do adulto ou quase adulto,os jogos e brinquedos,embora sendo um elemento sempre presente na humanidade desde seu início também não tinha a conotação que tem hoje,eram vistos como fúteis e tinha como objetivo a distração e o recreio sendo assim dentre as contribuições mais importantes deste estudo podemos destacar que:
·As atividades lúdicas possibilitam exercitar as resistências ''pois permitem a formação do auto conceito positivo;
·As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente.
·O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade;
·O brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação;
·O jogo é essencial para a saúde física e mental.
·O jogo simbólico permite à criança vivências do mundo adulto e isto possibilita a meditação entre o real e o imaginário.
3. A CRIANÇA, A EDUCAÇÃO E O BRINQUEDO.
Considerando o brinquedo e a realidade da criança relativa a intenção dos adultos, devemos lembrar que o brinquedo tornou-se, hoje um objeto de consumo, numa sociedade que propõe qualquer objeto para ser consumido como brinquedo.
Esse objeto se transforma em "falso jogo" e traz a superfície à oposição entre o jogo e o trabalho, o objetivo lúdico (brinquedo) comprado tem como destino satisfazer a necessidade imediata (tão logo preenchidas essas necessidades, vai-se em busca de outra nova necessidade).
Por isso, supervaloriza a produção e acrescenta – se a publicidade, a qual tirando proveito da confusão entre o real e o imaginário, exibe sedutoramente o absoluto da satisfação, futura, para que aí se introduza o germe da decepção.
Satisfeita com o brinquedo, a criança não joga mais, não explora, não cria nem representa concretamente seu pensamento.
E de fato compreender que o conteúdo do brinquedo não determina a brincadeira da criança, ao contrário o ato de brincar (jogar, participar) é que revela o conteúdo do brinquedo.
A criança ao puxar qualquer coisa torna-se cavalo; ao brincar com areia torna se pedreiro; ao se esconder torna-se guarda, nada é mais interessante para a criança que associar os materiais heterogênicos: pedras, bolinhas, papéis, madeiras, todos eles têm significado para ela. Um simples pedacinho de madeira, uma pilha ou uma pedrinha um papelzinho em sua solidez, no monolitismo de sua matéria, reúnem uma exuberância das mais diversas figuras.
O brinquedo faz parte da criança, simboliza a relação, pensamento ação, e, sob esse ponto constitui provavelmente, a matriz de toda a atividade lingüística, a tornar possível o uso da fala, do pensamento e a imaginação.
O primeiro brinquedo utilizado pela criança é seu próprio corpo, que começa a ser explorado nos primeiros meses de vida; em seguida ela passa objetos do meio que produzem estimulações auditivas ou sinestésicas. A partir daí o brinquedo estará sempre na vida da criança, do adolescente e mesmo do adulto.
O mundo do brinquedo é um mundo composto, que representa o apego, à imitação, a representação e não aparece simplesmente como uma exigência indevida, mas faz parte da vontade de crescer e se desenvolver, ao brincar com bonecas ou utensílios domésticos em miniatura, uma criança exercita a manipulação dos objetos, compondo-os e recompondo-os, designando-lhes um espaço e uma função, dramatizando suas próprias relações o eventualmente seus conflitos, gritos com as bonecas, usando as mesmas palavras da mãe, para descarregar sentimentos de culpa; acaricia e afaga-as para exprimir suas necessidades de afeto, pode escolher uma delas para amar ou odiar de modo especial, caso a boneca lembre o irmãozinho amado, ou do qual tem ciúme.
Os brinquedos terão sentido profundo se vierem representados pelo brincar. Por isso a criança não cansa de pedir aos adultos que brinquem com elas, estes, quando brincam com as crianças, tem a vantagem de dispor de uma experiência mais vasta mais rica, podendo ir mais longe com a imaginação, aumentando com isso seu coeficiente, não só de informações intelectuais, mais de nível lingüístico, por exemplo, quando brinca de construção o adulto sabe calcular melhor as proporções e equilíbrio.
Possui um repertório mais rico do ponto de vista lingüístico, e por isso ganha em organização, direção e abre novos horizontes.



4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Crianças que brincam evoluem do campo do concreto para o do simbólico, e as que não vivem esse imaginário sofrerão conseqüências em seu desenvolvimento educacional nos sentidos afetivo e cognitivo. O brincar oferece uma base de tentativas para seguirmos avante e estimula a satisfação dos impulsos. Por meio do brincar e das gratificações afetivas que acompanham essa atitude, a criança dá vazão à vontade de descobrir. Assim sendo, pais e professores podem constituir-se em modelos eficazes para encorajar a atividade lúdica entre as crianças, sobretudo na Educação Infantil.

5. REFERÊNCIAS


ALMEIDA, Paulo Nunes, O ensino globalizante em dinâmica de grupo, Saraiva, SP 1973.

SCHMIDT, Maria Junqueira, Educar pela recreação / Rio de Janeiro: Agir, 1958. - 290 p.

UECKER, Ivana, A importância da recreação nas series iniciais / Ijuí, 1999. - 48 p.

ARROYO, Miguel Gonzalez. O significado da Infância. In Revista: A Educação Infantil nos Municípios: a perspectiva educacional. Belo Horizonte, MG. 1996.

_______, Maria Malta; ROSEMBERG, Fúlvia. Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças, Brasil, DF MEC/SEF/COEDI, 1995.

VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: ed. Martins Fontes, 1984.